70% das causas vêm do ambiente: 5 fatores ambientais que aumentam o risco ao coração e como se proteger

Ambiente e coração: entender riscos para agir antes dos sintomas

Poluição sonora e do ar, clima extremo, estresse crônico e contaminantes: são cinco fatores ambientais do dia a dia nas grandes cidades que podem elevar o risco de doenças cardiovasculares, como infarto, AVC e arritmias.

Dados citados por especialistas mostram que o impacto do ambiente pode ser superior à predisposição genética. Como aponta o cardiologista Nilton Carneiro, “Quando se trata de doenças cardiovasculares, apenas 20–30% são provenientes de riscos não modificáveis, ou seja, 70% tem como causa aspetos externos.”

1. Poluição do ar: o papel do PM2.5

Em centros urbanos, níveis moderados de poluição já são suficientes para afetar o coração. Um dos agentes mais preocupantes é o material particulado fino (PM2.5), partículas que penetram profundamente nos pulmões e podem alcançar a corrente sanguínea.

Segundo a explicação médica presente na fonte, o PM2.5 “consegue penetrar nos pulmões e chegar à corrente sanguínea, gerando resposta inflamatória e estresse oxidativo, o que acelera o envelhecimento e aumenta a possibilidade de doenças.”

Esse processo inflamatório aumenta a propensão do sangue a formar coágulos e prejudica os vasos, elevando o risco de infarto agudo do miocárdio, AVC e arritmias — inclusive em pessoas sem histórico prévio.

2. Poluição sonora, estresse crônico e pressão arterial

A exposição contínua ao ruído urbano ativa o sistema de alerta do corpo. O resultado pode ser a desregulação de hormônios como cortisol e adrenalina, com aumento da pressão arterial e alterações do fluxo sanguíneo.

Como afirma o especialista: “A exposição crônica ao ruído faz o corpo ativar seu sistema de alerta e ser mantido em estado de tensão por conta da desregulação da produção de cortisol e adrenalina. Isso pode resultar em aumento da pressão arterial, alteração do fluxo sanguíneo, estresse oxidativo e inflamação, ampliando o risco de infarto e AVC. Nesse ponto, políticas públicas que reduzam ruído urbano e de tráfego são essenciais”.

Além do ruído, a falta de exercício e o menor contato com áreas verdes dificultam a recuperação do organismo do estresse diário.

3. Clima extremo: ondas de calor e efeitos no sistema cardiovascular

As ondas de calor impõem estresse térmico que pode causar desidratação, aumento da viscosidade do sangue e sobrecarga cardíaca. Grupos mais vulneráveis incluem idosos, pessoas com insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, hipertensão e usuários de medicamentos como diuréticos.

Esses episódios climáticos aumentam as chances de infarto, arritmias e AVC, especialmente quando combinados com outros fatores ambientais.

4. Contaminantes: metais pesados e compostos industriais

Exposição contínua a metais pesados — como chumbo e arsênio — e a alguns compostos industriais pode acelerar a aterosclerose e favorecer hipertensão e arritmias.

O especialista resume as consequências de forma direta: “Algumas das consequências são hipertensão e maior risco para arritmias e insuficiência cardíaca”.

Mesmo baixas doses, quando acumuladas ao longo do tempo, tornam a exposição preocupante do ponto de vista cardiovascular.

5. Como reduzir os efeitos: orientações práticas

Embora muitos fatores sejam coletivos e exijam políticas públicas, existem medidas individuais que ajudam a diminuir risco:

  • Monitorar qualidade do ar e evitar exercícios intensos em picos de poluição;
  • Reduzir exposição ao ruído quando possível — uso de protetores auriculares e escolhas de moradia ou rotas menos barulhentas;
  • Manter hidratação adequada e cuidado extra em ondas de calor; idosos e cardíacos devem seguir orientações médicas;
  • Evitar alimentos e fontes suspeitas de contaminação por metais (quando houver alerta), e checar histórico de exposição ocupacional;
  • Adotar hábitos saudáveis: atividade física regular, dieta equilibrada e controle do estresse.

O Dr. Nilton ressalta que a exposição contínua a esses agentes gera impacto considerável e que a avaliação preventiva por especialistas é importante — inclusive antes do aparecimento de sinais e sintomas.

Reflexão e fé: cuidando do corpo como boa mordomia

Como colunista e cristão, Leonardo de Paula Duarte oferece uma breve reflexão: cuidar da saúde é também um ato de responsabilidade ética e espiritual. A fé convida à vigilância serena sobre nossos corpos e sobre a comunidade onde vivemos.

Na Palavra encontramos um convite ao sossego do coração: “Não andem ansiosos por coisa alguma; antes, em tudo, pela oração e súplica, e com ações de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.” (Filipenses 4:6-7, NTLH).

Essa paz não substitui medidas práticas ou tratamento médico, mas reforça a importância de cultivar hábitos que protejam o corpo e a mente — e de buscar, coletivamente, ambientes urbanos mais saudáveis.

Em síntese: grande parte do risco cardiovascular pode ser atribuído a fatores ambientais e comportamentais. Monitoramento, prevenção clínica e políticas públicas que reduzam poluição do ar e sonora, protejam contra contaminantes e mitiguem efeitos do clima extremo são essenciais para diminuir infartos, AVCs e arritmias nas cidades.

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