Declaração no Parlamento: ameaça direta a contingentes e bens russos
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou no Parlamento russo que Moscou dará “uma resposta forte” caso países europeus enviem tropas para a Ucrânia ou usem ativos russos bloqueados para financiar Kyiv.
Segundo Lavrov, a alegação de que a Rússia deseja um confronto com a Europa “nunca passou pela nossa cabeça”, mas ele ressaltou que Moscou reagirá a qualquer ação considerada hostil. Isso, afirmou, inclui “o envio de contingentes militares europeus para a Ucrânia”.
Alerta sobre confiscos e críticas à União Europeia
O chanceler russo também advertiu que haverá reação caso bens russos sejam confiscados por governos europeus, medida que vem sendo defendida publicamente por alguns líderes do bloco. As declarações foram proferidas durante um discurso no Parlamento russo, em que Lavrov acusou países europeus de se colocarem acima das normas internacionais.
Na mesma intervenção, Lavrov disse que a União Europeia estaria “cego pelo desejo de impor uma derrota estratégica à Rússia” e que não aceita a possibilidade de fracasso. Ele afirmou ainda que Bruxelas se recusa a aceitar que “a Rússia vai vencer e alcançar seus objetivos legítimos”, e criticou o que chama de políticas de apoio fúteis a Kyiv.
Elogios a Trump e crítica à ONU
Surpreendentemente para o contexto, Lavrov reservou elogios ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao afirmar que ele é “o único líder ocidental que compreende as raízes da crise” e que demonstra disposição para “dialogar e buscar uma solução política e diplomática”.
O ministro citou negociações recentes entre representantes russos e americanos e acrescentou que, no início do novo mandato, Trump passou a sinalizar intenção de “abordar as causas do problema”. Lavrov também declarou que Trump seria “o único líder ocidental que se preocupa com os direitos humanos” nesse contexto.
Além disso, Lavrov criticou a atuação das Nações Unidas, acusando a organização de manter um “papel tendencioso” em favor da Ucrânia e afirmando que a ONU precisa “parar de ucranizar tudo”. Para o chanceler, temas de paz, política e segurança nas Nações Unidas tornaram-se ferramentas de influência ocidental.
Contexto e implicações
As declarações do ministro russo chegam num momento de elevada tensão entre Moscou e capitais europeias, que vêm fornecendo apoio militar e econômico a Kyiv desde a invasão russa de 2022. A menção explícita a contingentes militares europeus e ao possível confisco de bens amplia o escopo das ameaças russas para além do teatro ucraniano.
Analistas destacam que uma resposta russa a desembarque militar europeu ou a apropriação de ativos poderia elevar ainda mais o risco de escalada, com implicações políticas e econômicas globais. Ainda assim, o texto oficial da fala de Lavrov, conforme divulgado, foca em enquadrar a postura europeia como provocativa e juridicamente ilegítima.
Reflexão cristã: buscar a paz sem perder a responsabilidade
Como colunista cristão, vejo na tensão atual um chamado à prudência e à oração por líderes e civis afetados. A fé não suprime a necessidade de análise geopolítica, mas nos convida a buscar caminhos de reconciliação. Como diz a Bíblia: “Felizes os que trabalham pela paz, pois serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9, NTLH).
Essa chamada à paz não elimina a responsabilidade de denunciar injustiças nem de buscar soluções práticas para proteger inocentes. A comunidade internacional precisa equilibrar firmeza e sabedoria, buscando prevenir novas vítimas e preservar a ordem jurídica.
Leonardo de Paula Duarte
O que acompanhar
Fique atento a: declarações oficiais de capitais europeias sobre envio de tropas ou apropriação de bens russos; eventuais medidas de retaliação anunciadas por Moscou; e sinais de diálogo entre Estados Unidos, Rússia e parceiros europeus, que podem reduzir o risco de escalada.
As palavras de Lavrov — incluindo frases como “uma resposta forte” e a referência a “o envio de contingentes militares europeus para a Ucrânia” — devem ser lidas como um alerta diplomático com potencial impacto real nas decisões políticas dos próximos dias.
