Plano de paz dos EUA para Ucrânia: UE diz “não recebeu qualquer comunicação” — o que está em risco para Kiev e a estabilidade europeia

UE questiona falta de consulta sobre proposta dos EUA e pede garantia de paz justa

A União Europeia afirmou em Joanesburgo que não foi consultada sobre a proposta dos Estados Unidos para encerrar a guerra na Ucrânia. A declaração foi dada pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, durante uma coletiva ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O que disseram os líderes europeus

António Costa afirmou que “os Estados Unidos apresentaram um plano de paz para a Ucrânia sem qualquer consulta prévia à União Europeia” e que, segundo ele, Washington “não enviou comunicação oficial à UE sobre a proposta elaborada pela Casa Branca”. Diante dessa ausência de informação formal, Costa declarou que “não faz sentido comentar o conteúdo do plano”.

Ursula von der Leyen acrescentou que “o plano apresentado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, será discutido entre os líderes europeus e também nas conversas previstas à margem da cúpula do G20, que acontece na mesma cidade”.

Conteúdo conhecido da proposta e reação da UE

O governo ucraniano informou ter recebido oficialmente a proposta elaborada pelos Estados Unidos. Segundo as informações divulgadas, o documento inclui a cessão de territórios atualmente anexados pela Rússia e a redução do tamanho das Forças Armadas ucranianas.

A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, já havia manifestado desconforto com a ideia. Em suas palavras: “um plano que prevê recompensar Moscou com territórios ocupados desde 24 de fevereiro de 2022 e a redução das Forças Armadas ucranianas não é compatível com os princípios defendidos pela UE”.

Implicações diplomáticas e militares

Os representantes da União Europeia reforçaram que o bloco continuará apoiando a Ucrânia tanto no campo militar — limitando as capacidades da Rússia — quanto no econômico, com financiamento e cooperação contínua. A ausência de consulta prévia por parte dos EUA aumenta a tensão entre parceiros transatlânticos sobre a condução de negociações que envolvem soberania territorial e segurança europeia.

Especialistas e diplomatas observam que qualquer proposta que envolva alterações territoriais ou limitações às forças armadas de um país soberano tem efeitos geopolíticos duradouros e deve ser tratada com ampla coordenação internacional. A UE enfatiza que é imprescindível que qualquer acordo garanta uma paz justa e duradoura para a Ucrânia, sem normalizar anexações ou punir a vítima do conflito.

Próximos passos e fórum de debate

Von der Leyen indicou que o tema será levado para discussão entre líderes europeus e nas conversas do G20 em Joanesburgo. A articulação interna da UE e o diálogo com parceiros, incluindo os próprios Estados Unidos e a Ucrânia, serão determinantes para qualquer posicionamento conjunto.

Enquanto isso, a Ucrânia declarou ter recebido o documento norte-americano e avaliará os pontos apresentados. A falta de comunicação formal à UE, segundo Costa, torna mais difícil uma resposta coordenada imediata.

Breve reflexão cristã — por Leonardo de Paula Duarte

Nas crises de nações, a busca por paz exige sabedoria e justiça. Como diz a Escritura na Nova Tradução na Linguagem de Hoje: “Felizes os que trabalham pela paz, porque serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5.9 NTLH). É legítimo desejar o fim das hostilidades, mas a paz que vale a pena ser construída não nasce de acordos que sacrificam a justiça e a dignidade dos mais frágeis.

Que as lideranças envolvidas olhem para além do cálculo imediato e busquem soluções que preservem a soberania, protejam civis e promovam reconciliação. Como colunista cristão, creio que a fé chama a agir com prudência e compaixão, favorecendo soluções que edifiquem a esperança coletiva.

Assina: Leonardo de Paula Duarte

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