Presidente venezuelano usou música e palco para mandar recado em meio a movimentação militar americana
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, subiu ao palco durante um evento pelo Dia do Estudante e usou dança e música eletrônica para transmitir mensagens políticas em direção aos Estados Unidos. Enquanto animava a plateia, foi possível ouvir a frase traduzida como: “Não à guerra, não à guerra louca, paz, paz sim, paz”.
O que foi dito e mostrado no evento
Durante a apresentação, Maduro disse: “É sexta-feira e o que acontece na sexta? A Venezuela em paz. Sexta à noite é festa total. Festa, festa, festa! É sexta e eu vou para a festa. Ninguém me para! Música!” O vídeo do momento foi divulgado nas redes sociais e repercutiu internacionalmente.
Em encontros recentes com universitários, o presidente também pediu que os jovens busquem diálogo com movimentos estudantis norte-americanos para defender o fim da guerra. Na semana anterior, ele havia cantado “Imagine”, de John Lennon, em um comício no qual pediu paz entre os países.
Contexto: por que a atuação de Maduro reacende tensões com Washington
Desde agosto, os Estados Unidos mantém navios de guerra, caças e milhares de militares nas águas do Caribe e do Pacífico, em uma operação que, segundo Washington, é voltada ao combate ao narcotráfico. O governo venezuelano, contudo, acusa os EUA de promoverem uma “ameaça militar letal” com a intenção de derrubar Maduro.
A crise escalou quando o maior porta-aviões americano em operação, o USS Gerald Ford, passou a operar na região do Caribe. Em outubro, os EUA chegaram a oferecer uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura de Maduro, após acusações de envolvimento com narcotráfico. O então presidente norte-americano afirmou que “o governo de Maduro estava com os dias contados” e disse pretender falar com o líder venezuelano “em um futuro não muito distante”, afirmando ter “algo muito específico” a dizer.
Repercussões políticas e militares
O uso de palco e música por Maduro faz parte de uma estratégia hábil de comunicação que mistura cultura popular e mensagem política. Para Havana e Caracas, mobilizações militares americanas na região são motivo de alerta; para Washington, a operação é apresentada como luta contra o tráfico de drogas.
Analistas lembram que, em ambientes de alta tensão, gestos simbólicos — como cantar, dançar ou convocar estudantes — funcionam para reforçar autoridade interna, sinalizar resistência externa e mobilizar bases de apoio. O episódio também reacende perguntas sobre canais de diálogo, riscos de escalada e a situação humanitária e política na Venezuela.
Breve reflexão cristã
Em tempos de polarização e medo, a fé nos convida a buscar paz e prudência nas palavras e nos atos. Como diz a Escritura: “Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.” (Mateus 5:9 NTLH). E também: “Se for possível, no que depender de vocês, vivam em paz com todo mundo.” (Romanos 12:18 NTLH).
Em nome de valores cristãos, é legítimo desejar que líderes e nações priorizem o diálogo e a proteção de vidas acima de retóricas de confronto. A busca por justiça e segurança não pode prescindir da responsabilidade ética de evitar escaladas que afetem civis e estudantes, que estavam justamente no centro do evento em que a cena ocorreu.
Assino esta análise com serenidade e responsabilidade.
Leonardo de Paula Duarte
Nota: Esta matéria foi produzida com base nas informações divulgadas sobre o evento do Dia do Estudante e nas comunicações públicas relativas à presença de forças militares americanas no Caribe e no Pacífico. Citações foram reproduzidas conforme fontes disponíveis.

