Defesa de Bolsonaro pede prisão domiciliar (27 anos e 3 meses) e alerta para ‘situação precária’ na Papuda: ‘risco à sua vida’

Relatório, vistoria e argumentos da defesa

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao STF que ele cumpra a pena de 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado em prisão domiciliar, citando a “situação precária” da Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal.

O que diz a defesa e o relatório da DPDF

Segundo a petição apresentada ao Supremo, o relatório elaborado pela DPDF (Defensoria Pública do Distrito Federal) no início do mês destaca más condições no presídio, “especialmente da área destinada a presos com mais de 60 anos”.

A defesa argumenta que “A alteração da prisão domiciliar hoje já cumprida pelo peticionário terá graves consequências e representa risco à sua vida”. Como complemento às alegações, foram citados os problemas de saúde do ex-presidente como fundamento para a manutenção do regime domiciliar.

O documento da DPDF aponta problemas em blocos do CIR (Centro de Internamento e Reeducação), ala onde Bolsonaro pode ficar abrigado em caso de determinação de regime fechado. Entre as anotações está a descrição de superlotação: “Em cada uma das celas destinadas aos idosos há 38 pessoas e apenas 21 camas.”

Vistoria de aliados e preocupação com atendimento médico

Na semana passada, senadores aliados realizaram uma visita à Penitenciária da Papuda para vistoriar o possível local de cumprimento de pena. A senadora Damares Alves (Republicanos) registrou a inspeção em vídeo e afirmou: “Nossa preocupação é: Bolsonaro está muito doente e qual é o tempo entre o complexo e o primeiro hospital? O tempo de deslocamento seria suficiente?”

Damares completou: “Lembrando que o problema de saúde de Bolsonaro é gravíssimo e tem hora que o atendimento tem que ser em no máximo 20 minutos”. Participaram também da vistoria os parlamentares Izalci Lucas (PL-DF), Márcio Bittar (PL-AC) e Eduardo Girão (Novo-CE).

Alternativa: a ‘Papudinha’

Além da Papuda, a defesa e aliados mencionaram a possibilidade de que Bolsonaro seja alocado na chamada “Papudinha”, no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, área reservada que abriga sobretudo policiais militares presos. A existência dessa alternativa vem sendo considerada como parte da avaliação logística e de segurança.

O que está em jogo

O pedido da defesa será analisado pelo STF com base nos elementos médicos, nas condições estruturais apontadas pela DPDF e nas garantias legais que envolvem execução da pena. Ainda não há decisão judicial pública sobre a mudança de regime. As informações citadas neste texto têm como origem o relatório da Defensoria e reportagens publicadas sobre a vistoria de parlamentares.

Contexto jurídico e impacto público: pedidos de prisão domiciliar por questões de saúde e de condições carcerárias são comuns na prática forense, e costumam requerer laudos médicos, diligências e decisões que pesem direitos individuais e segurança pública.

Reflexão cristã — por Leonardo de Paula Duarte

Como cristão e jornalista, vejo nesta conjuntura um chamado à prudência e à compaixão. A sociedade deve buscar justiça com responsabilidade, sem perder de vista a dignidade humana mesmo em momentos de tensão política.

Recordo as palavras que nos orientam a cuidar do próximo: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mateus 22:39, NTLH). Esse princípio não substitui o entendimento jurídico, mas lembra que decisões públicas envolvem vidas e famílias.

Em síntese, o caso reúne questões de saúde, garantia de direitos e avaliação institucional. Que o debate siga pautado por fatos, clareza e respeito ao processo legal.

Assinado: Leonardo de Paula Duarte

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