Atriz anuncia pausa entre 6 de janeiro e 29 de março de 2026 e torna público relato para apoiar mulheres que vivenciam perdas gestacionais
Shaina Taub, 37 anos, decidiu se afastar temporariamente do musical Ragtime, em cartaz no Lincoln Center Theater, onde interpreta Emma Goldman. Em uma publicação no Instagram, ela contou que, embora o papel fosse “um sonho de infância realizado”, tomou a decisão de deixar temporariamente o espetáculo depois de sofrer três abortos espontâneos no último ano.
A atriz ficará fora dos palcos entre 6 de janeiro e 29 de março de 2026. Shaina explicou que tornou pública a experiência para apoiar outras mulheres que passam por perdas gestacionais em silêncio e que não busca atenção nem pena, mas deseja que outras pessoas se sintam menos sozinhas.
O que aconteceu
Shaina e o marido, Matt Gehring, vinham tentando ter um filho. Ela engravidou três vezes no último ano, mas todas as gestações terminaram em perda. A primeira ocorreu no primeiro trimestre, durante a temporada de Suffs, em dezembro do ano passado. A segunda, no segundo trimestre, precisou ser interrompida por razões médicas, em maio. O terceiro aborto aconteceu em outubro, na semana de estreia de Ragtime.
A atriz descreveu o último ano como “um inferno” e disse que, após vários internamentos, seu corpo “precisa descansar”. Em sua mensagem, Shaina destacou que “Uma em cada quatro gestações termina em perda. Como algo tão comum pode parecer tão isolador?”
Repercussão e situação do espetáculo
Shaina agradeceu o apoio do Lincoln Center Theater e afirmou que atuar mesmo em luto tem feito parte do seu processo de cura, acrescentando que está ansiosa para voltar ao espetáculo. Ela elogiou colegas e toda a equipe, que foram essenciais para atravessar esse período difícil.
O musical Ragtime permanece em cartaz até 14 de junho no Vivian Beaumont Theater, em Nova York. A pausa programada da atriz deverá ocorrer sem interromper a temporada da produção, segundo os comunicados da casa de espetáculos.
A defesa do acesso a cuidados reprodutivos
Na publicação, Shaina também comentou a importância do acesso legal ao aborto, lembrando que sua segurança dependeu disso e questionando quantas mulheres morrem por hemorragias antes mesmo de conseguir viajar para outro estado. Ela disse ter decidido falar abertamente para que as pessoas compreendam as diversos motivos que exigem esse tipo de cuidado e por que ele deve ser legal em todos os lugares.
Perspectiva e reflexão cristã
Relatos de perda gestacional tocam temas humanos profundos: luto, esperança, solidariedade e ética nos cuidados de saúde. Como cristãos, somos chamados a oferecer compaixão e apoio prático às pessoas em sofrimento, sem julgamentos. A empatia ajuda a romper o silêncio que muitas vezes isola quem sofre.
Na Bíblia encontramos consolo para o luto: “O Senhor está perto dos que têm o coração ferido; salva os de espírito abatido.” (Salmo 34:18, NTLH). Essa promessa nos lembra da importância de presença, cuidado e respeito à dor alheia.
Enquanto repórter e colunista, creio que o testemunho público de Shaina pode abrir espaço para conversas mais honestas sobre perda gestacional e sobre políticas de saúde que protejam a vida e a dignidade das mulheres. A fé nos chama a atuar com misericórdia e justiça, ajudando a transformar dor em rede de apoio.
Leonardo de Paula Duarte

