Operação revela esquema que faturou milhões simulando entregas de macadame
A Operação “Carga Oca” expôs como um esquema de fraude milionária operou por dois anos em Blumenau: caminhões lançados como se transportassem macadame, mas que na prática circulavam totalmente vazios, gerando um prejuízo estimado em R$ 3 milhões.
Como a investigação começou
O caso foi detalhado pelo Promotor de Justiça Marcionei Mendes, que informou que a investigação teve início há cerca de um ano, após uma denúncia sigilosa sobre simulações de entrega do material entre 2022 e 2024. Segundo Mendes, a análise técnica confirmou que havia simulação de entrega de material, prática que gerou prejuízo de aproximadamente R$ 3 milhões aos cofres públicos, valor que pode aumentar conforme o avanço da investigação.
Provas e imagens
Durante a apuração, imagens de câmeras de segurança mostraram caminhões circulando sem carga, apesar de constarem nos registros como se tivessem feito dezenas de viagens em um único dia. Um exemplo citado pela investigação chama atenção: “um caminhão chegou a ter registradas 57 a 59 cargas em um sábado“, algo humanamente inviável. Ao rastrear a placa do veículo, os investigadores constataram que ele sequer estava em Blumenau naquele dia: “encontrava-se em Pomerode“, o que comprova a impossibilidade das viagens.
Mandados, apreensões e medidas administrativas
Na operação foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em residências de investigados, na antiga sede da Seurb e em empresas envolvidas localizadas em Blumenau, Gaspar, Brusque e Pomerode. Nas diligências, foram apreendidos US$ 50 mil e R$ 80 mil em dinheiro vivo.
Dois servidores públicos, ambos fiscais, foram afastados das funções, e os dois contratos ainda vigentes com as empresas investigadas foram suspensos. Ao todo, duas empresas são formalmente alvo da apuração.
Próximos passos da apuração
Com o material recolhido, o GAECO fará a análise completa da documentação, que será encaminhada ao Ministério Público. A partir disso, o promotor deve ingressar com ação penal para apurar a responsabilidade dos envolvidos e, posteriormente, com ação civil pública para reparação de danos.
O próprio município, destacou o promotor, realizou uma auditoria independente que também identificou pagamentos por cargas de macadame que nunca chegaram ao destino. “Pagou-se por material que não foi entregue“, afirmou Mendes.
Contexto jurídico e impacto
As apurações são conduzidas com base em documentos, imagens e rastreamento veicular. Entre os crimes investigados podem estar fraudes em licitações, peculato e associação criminosa, dependendo dos resultados da análise documental e da identificação dos responsáveis. As penas, segundo o promotor, podem levar inclusive à prisão dos envolvidos, caso haja condenação.
Reflexão e perspectiva ética
Casos como este ferem não apenas o erário, mas a confiança da população nas instituições públicas. Como escreveu o profeta Miquéias, que resume bem o chamado à integridade: “Ele já lhe mostrou, ó homem, o que é bom. E o que o Senhor lhe pede? Que pratique a justiça, ame a misericórdia e ande humildemente com o seu Deus.” (Miquéias 6:8, NTLH).
Em poucas palavras: fidelidade no uso dos recursos públicos é serviço ao próximo. A recuperação do prejuízo e a responsabilização dos envolvidos são passos necessários para restaurar a confiança coletiva.
Colaboração editorial — Leonardo de Paula Duarte: A notícia traz suspeitas graves e provas técnicas que apontam para uma operação estruturada. Enquanto jornalista e colunista cristão, creio que a sociedade precisa de respostas rápidas e transparentes. A fé nos ensina a buscar a verdade e a justiça sem ódio; que as investigações avancem com rigor e respeito aos direitos, e que, ao final, a reparação sirva para reafirmar valores públicos e éticos.
Fonte: Trechos e declarações compilados a partir de reportagem sobre a Operação “Carga Oca” e informações do Promotor Marcionei Mendes.

