Comparação reacende memória do SuperDépor e destaca perfil de liderança
Durante o lançamento de sua biografia autorizada Bebeto, o homem que acolheu o gol, em A Coruña, o bicampeão e campeão mundial em 1994 sinalizou uma forte semelhança entre o atual treinador da seleção brasileira e um ícone do futebol espanhol.
“Ancelotti é o Arsenio do Brasil? Pelo tratamento dos jogadores, ele me lembra muito o Arsenio. Pela experiência que ele tem, eu o compararia diretamente com ele. Eu não o tratei como jogador, mas pelo que me disseram, ele é uma cópia carbono do Arsenio.” afirmou Bebeto ao jornal As, da Espanha.
O que Bebeto disse e por que a fala repercutiu
A declaração, publicada na imprensa espanhola, ecoou pela história afetiva que une Bebeto ao Deportivo La Coruña. Ao comparar Carlo Ancelotti a Arsenio Iglesias, Bebeto não apenas elogia o técnico da seleção brasileira pelo modo de tratar os atletas, como também resgata uma memória coletiva do clube galego.
O comentário foi feito no contexto da promoção do livro escrito pelo jornalista Alexandre Centeno; Bebeto retornou à cidade hercúlia nesta semana para divulgar o livro, reencontrar antigos torcedores e revisitar a relação profundamente afetiva que mantém com o clube que marcou sua passagem pela Espanha nos anos 1990.
Breve contexto sobre Arsenio Iglesias e o legado no Deportivo
Arsenio Iglesias, conhecido como o “Bruxo de Arteixo”, é considerado um dos maiores nomes da história do Deportivo La Coruña. Em duas passagens (de 1970 a 1973 e de 1982 a 1995) comandou 568 jogos, recorde absoluto no clube.
Sob seu comando, o clube viveu a era do “SuperDépor”, que reuniu estrelas como Bebeto e Mauro Silva, levou o time da segunda divisão ao vice‑campeonato da La Liga e conquistou a Copa do Rei de 1995 — o primeiro título oficial da história do Deportivo. O sucesso levou Arsenio a treinar o Real Madrid em 1996. Arsenio faleceu em 2023.
Por que a comparação faz sentido para torcedores e imprensa
A analogia feita por Bebeto toca em dois pontos: a percepção pública do perfil de comando e a lembrança afetiva do período de maior brilho do Deportivo. Para o torcedor que viveu o SuperDépor, associar um treinador contemporâneo a Arsenio é situar esse treinador num padrão de liderança experiente e respeitada.
No caso de Ancelotti, técnico da seleção brasileira, a comparação ganha força exatamente pela referência ao trato com os jogadores, que Bebeto destacou como elemento central.
Reflexão cristã — liderança, serviço e memória
Como colunista cristão, vejo nessa lembrança uma lição sobre autoridade que serve: liderança que edifica e preserva memória positiva gera confiança e legado. A Bíblia orienta sobre serviço íntegro: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como se estivessem servindo ao Senhor e não às pessoas.” (Colossenses 3:23, NTLH).
Essa perspectiva não relativiza o mérito esportivo, mas convida treinadores, jogadores e torcedores a buscar respeito, humildade e propósito além do resultado imediato.
— Leonardo de Paula Duarte
O que fica para o futebol
A manifestação de Bebeto reacende a história do Deportivo e coloca em destaque como figuras do passado ajudam a interpretar e qualificar a liderança no presente. Para além da anedota, resta ao público observar se a semelhança apontada se traduzirá em resultados e na mesma identificação com torcedores e atletas.
Sem inventar novos fatos, a comparação é, antes de tudo, um gesto de carinho por um treinador que marcou uma geração e um elogio — em tom pessoal — ao atual comandante da seleção brasileira.

