Seleção oscila entre lampejos e falhas em despedida de 2025 na França
Lille recebeu um público quase lotado no estádio Pierre Mauroy — cerca de 50 mil lugares — e transformou o amistoso de terça-feira em um jogo de pressão para a Tunísia e de instabilidade para a Seleção Brasileira, que saiu de campo com o placar de 1 a 1.
O adversário africano, 43º do ranking da Fifa, abriu o placar aos 22 minutos com o atacante Hazem Mastouri, do Dínamo Makhatchkala, que ficou frente a frente com o goleiro Bento e finalizou com precisão.
Ambiente hostil e momentos decisivos
A partida teve forte presença da comunidade tunisiana na França — o texto de origem menciona cerca de 1 milhão de migrantes e descendentes — e calor do público com sinalizadores e até objetos no campo. Como registrou a reportagem, “Ancelotti chegou a queixar-se de um objeto lançado ao campo”.
Além da pressão da arquibancada, alguns torcedores agitaram bandeiras da Palestina e entoaram um tímido coro de “free Palestine” pouco antes do gol de Mastouri, segundo a cobertura.
Reação do Brasil e pênalti de Estêvão
O gol adversário acordou a seleção. O empate veio com a ajuda do árbitro de vídeo: um pênalti marcado após revisão de lance de escanteio. Em frase do próprio texto de origem, “Com segurança de veterano, apesar dos 18 anos e 6 meses, Estêvão, elogiadíssimo na véspera por Ancelotti, cobrou a penalidade e empatou.”
No intervalo, Ancelotti trocou Wesley por Danilo. A equipe voltou com alterações e, aos 12 minutos do segundo tempo, substituiu Éder Militão por Fabrício Bruno devido a um desconforto físico. O técnico também promoveu mudanças no meio: saíram Casemiro e Bruno Guimarães; entraram Fabinho e Lucas Paquetá.
O erro que poderia definir a virada
Aos 32 minutos do segundo tempo, Lucas Paquetá teve a chance da vitória em cobrança de pênalti, mas “cobrou por cima”. O goleiro tunisiano Aymen Dahmen ajoelhou-se na grande área em gesto de agradecimento a Alá, conforme a descrição do jogo.
O resultado espelha a chamada gangorra do time comandado por Carlo Ancelotti: partidas bem jogadas em seguida por exibições inseguras. Na janela anterior, o Brasil venceu Senegal por 2 a 0 em Londres; em outra janela, havia dominado a Coreia do Sul e sido derrotado pelo Japão. A oscilação se manteve em Lille.
Análise tática e pontos a ajustar
Do ponto de vista defensivo, Wesley foi amarelado cedo, aos oito minutos, e a reportagem nota que ele se tornou um “elo frágil”. No lance do gol tunisiano, Wesley cometeu falta e poderia ter recebido o segundo cartão, mas o árbitro francês Jérôme Brisard optou por adverti-lo apenas com conversa.
Ofensivamente, o Brasil criou e reagiu, mas faltou eficiência na finalização decisiva. A alternância entre titulares e experiências propostas por Ancelotti trouxe intensidade, mas também espaços cedidos que a Tunísia soube explorar.
Contexto: trata-se do último amistoso do ano, partida de preparação e avaliação para a comissão técnica. Não houve relato de lesões além do desconforto sentido por Éder Militão, que saiu do jogo.
Reflexão cristã e editorial — Leonardo de Paula Duarte
Como colunista cristão, vejo na oscilação da Seleção uma lição sobre humildade e constância. O esporte expõe forças e fragilidades humanas; reconhecer erros e manter a disciplina para corrigir caminhos são atitudes que edificam dentro e fora de campo.
Uma lembrança bíblica breve que ressoa nesse contexto é: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece.” (Filipenses 4:13, NTLH) — nem como consolo vazio, mas como convite à disciplina e à confiança responsável para trabalhar fraquezas e buscar excelência coletiva.
Ao torcedor, resta observar com paciência a montagem do time por Ancelotti e cobrar com equilíbrio: esperança e exigência podem caminhar juntas quando exprimem desejo de melhoria verdadeira.
Em resumo, o amistoso em Lille confirmou lampejos de qualidade, mostrou fragilidades defensivas e deixou a lembrança do pênalti perdido por Paquetá como momento decisivo. A Seleção encerra 2025 com dúvidas a resolver, mas com elementos interessantes para a continuidade do trabalho técnico.
Leonardo de Paula Duarte

