Casares responde e aponta avanços na preparação da arbitragem
O presidente do São Paulo, Julio Casares, comentou publicamente as críticas do técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, sobre a arbitragem e os bastidores do futebol brasileiro. As declarações foram dadas durante o CBF Summit e voltaram a colocar em debate a atuação do VAR e a capacitação dos árbitros.
O que disse Casares
Segundo Casares: “Eu tenho um hábito, eu não falo de outro clube. A não ser que o assunto envolva o presidente de outro clube. Eu vi essa entrevista (do Abel Ferreira). Acho que seria muito melhor ele ficar focado nas questões dele. Foi um erro de arbitragem estupendo, que o São Paulo brigou muito para que as imagens e o áudio fossem destinados, mesmo que o VAR não chamasse o árbitro”.
Em continuidade, o mandatário afirmou: “Acho que contribuímos muito para o bem do futebol, não é porque é A, B ou C, mas o episódio aconteceu em jogo contra o Palmeiras. Isso tudo trouxe a tona a necessidade de um grupo de arbitragem que a CBF, com sabedoria, está trabalhando. Esse grupo vai melhorar bastante a preparação e a profissionalização desses árbitros”.
Contexto do episódio
As declarações de Abel Ferreira surgiram após a derrota do Palmeiras por 3 a 2 para o Grêmio. Na coletiva depois do jogo, o técnico afirmou: “O que eu posso dizer é que, falando sobre as minhas decisões, depois do jogo contra o São Paulo, muita coisa mudou. Se aquele pênalti tivesse sido marcado (para o São Paulo), nosso goleiro ia defender e íamos virar para 3 a 2. E não teria acontecido tudo o que aconteceu”.
O episódio a que Abel se refere remete a uma partida entre São Paulo e Palmeiras, na qual o Tricolor reclamou de um pênalti não marcado — por uma falta de Allan em Tapia — e que, segundo o clube, mudou o rumo do clássico. Após investigação, o árbitro Ramon Abatti Abel e o responsável pelo VAR, Ilbert Estevam, foram afastados e suspensos por 40 dias pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Repercussões disciplinares e institucionais
O afastamento e a suspensão de 40 dias aplicados pelo STJD são medidas formais que ilustram como a questão chegou ao âmbito disciplinar. Ao mesmo tempo, Casares destacou a criação e o trabalho de um “grupo de arbitragem” na CBF como uma resposta institucional para profissionalizar a atividade e evitar erros semelhantes.
Sem entrar em detalhes técnicos além da fonte, o caso mostra a cadeia de consequências: uma decisão não marcada em campo motivou reclamações públicas, revisão de imagens e áudios, ações disciplinares e discussões sobre a necessidade de melhorias no sistema de arbitragem.
Análise: transparência, foco e responsabilidade
Do ponto de vista jornalístico e administrativo, há três eixos centrais no debate: a transparência na revisão de lances, a capacitação e profissionalização dos árbitros e a responsabilidade de dirigentes e técnicos ao se manifestarem publicamente.
Casares enfatiza que o São Paulo buscou imagens e áudios para esclarecer o erro, e vê nisso uma contribuição para o “bem do futebol”. Abel, por sua vez, expressa frustração sobre decisões que, em sua avaliação, alteraram o curso de competições.
Para clubes, treinadores e dirigentes, as críticas públicas têm efeito duplo: podem pressionar instituições por melhorias, mas também alimentam narrativas conflituosas se não forem acompanhadas por dados ou propostas concretas. O caminho de aprimoramento costuma passar pela combinação de prestação de contas, formação técnica e regras claras para o uso do VAR.
Reflexão cristã e ética no esporte
Como colunista e cristão, creio que debates acalorados também são oportunidade para exercitar virtudes que fortalecem o convívio público. A Bíblia lembra que “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura desperta a ira” (Provérbios 15:1, NTLH). Em outras palavras, há espaço para a firmeza nas críticas sem abrir mão da responsabilidade pelo tom e pelo contexto.
Isso não minimiza a necessidade de transparência ou correção de erros. Pelo contrário: responsabilidade e busca por justiça caminham juntas com humildade. Quando instituições — clubes, federações e tribunais disciplinares — agem com clareza, o ambiente do esporte se beneficia.
Reflexão assinada por Leonardo de Paula Duarte
Em resumo, o episódio envolvendo São Paulo, Palmeiras, árbitros e declarações públicas revela demandas técnicas e éticas. A suspensão pelo STJD e a atuação da CBF no aperfeiçoamento da arbitragem são respostas institucionais; já o diálogo público entre dirigentes e treinadores precisa equilibrar cobrança e foco nas próprias responsabilidades.
No campo prático, torcedores e profissionais esperam duas coisas simples: decisões mais seguras e comunicação responsável. Ambos os objetivos são essenciais para que o futebol preserve sua competitividade e sua capacidade de unir pessoas.

