Operação será contratada com cinco bancos para dar fôlego ao plano de reestruturação da estatal
O conselho de administração dos Correios aprovou a contratação de um empréstimo de R$ 20 bilhões na manhã deste sábado (29) para financiar sua reestruturação.
‘A proposta aprovada atende ao valor integral solicitado pela empresa e foi apresentada por um sindicato de cinco bancos: Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra.’
O que foi decidido
Segundo fontes a par do tema, a operação será contratada junto a um sindicato formado por cinco bancos. ‘A operação terá garantia do Tesouro Nacional, que honrará os pagamentos em caso de inadimplência.’
‘A Caixa Econômica Federal, que participou do início das negociações, não deu continuidade às conversas.’
Termos e custos
O fechamento do empréstimo trouxe condições um pouco mais favoráveis em relação a propostas anteriores. ‘A taxa de juros ficou um pouco abaixo da proposta anterior, de 136% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), mas a avaliação é que as condições no geral melhoraram.’
Fontes ouvidas pela reportagem relatam que, antes, os bancos faziam exigências mais duras, como garantia em recebíveis futuros e lucro mínimo, o que foi visto como atípico para operações com aval soberano. ‘Antes, as instituições financeiras estavam fazendo exigências mais duras para a operação, como lucro mínimo e recebíveis futuros da empresa como garantia adicional -o que não é usual em empréstimos com aval soberano, uma vez que a fiança do Tesouro torna praticamente nulo o risco de prejuízo para os bancos.’
Histórico das negociações
Em uma primeira rodada houve um sindicato menor. ‘Em uma primeira rodada de negociações, um sindicato de quatro bancos (Banco do Brasil, BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil) aceitou conceder o crédito no valor pleiteado pela companhia, mas o comando da empresa decidiu fazer uma nova chamada para tentar reduzir os custos e melhorar as condições do empréstimo.’
‘BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil já são credores dos Correios em uma operação de R$ 1,8 bilhão contratada no primeiro semestre deste ano e que deve ser quitada com os recursos do novo empréstimo.’ O Safra entrou no sindicato na segunda rodada.
Por que o empréstimo é crucial
A conclusão dessa operação é vista como essencial para dar liquidez imediata à estatal e viabilizar o plano de reestruturação. ‘A contratação da operação pelos Correios está diretamente vinculada ao plano de reestruturação da empresa.’
‘Ele é tido como o “ponto central” para sustentar a decisão dos bancos sobre a capacidade de recuperação dos Correios e, consequentemente, a viabilidade do pagamento das prestações.’
Os Correios enfrentam prejuízos crescentes desde 2022. ‘Neste ano até setembro, a estatal teve um saldo negativo de R$ 6,1 bilhões.’ A operação de R$ 20 bilhões deve, entre outras funções, quitar dívidas anteriores e aliviar o fluxo de caixa.
Para viabilizar a garantia do Tesouro, ‘o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve editar um decreto e uma portaria interministerial para abrir caminho à concessão da garantia do Tesouro Nacional à operação.’
Riscos e observações
Embora o aval do Tesouro reduza o risco para os bancos, a necessidade do empréstimo evidencia problemas estruturais na gestão e estratégia de negócios dos Correios, apontados pela reportagem como causas da crise financeira.
Fontes e a própria dinâmica das negociações mostram que, mesmo com garantias, custos elevados de financiamento podem impactar a capacidade de recuperação se não houver mudanças operacionais e plano de reestruturação bem implementado.
Reflexão cristã
Como colunista e cristão, vejo nesse episódio um chamado à responsabilidade e à transparência na gestão do bem público. A provisão de recursos pode ser um instrumento para recuperação, mas exige planejamento, prestação de contas e cuidado com os mais vulneráveis.
Em momentos de incerteza temos um lembrete de fé: ‘Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento. Em todos os seus caminhos, reconheça-o, e ele endireitará as suas veredas.’ (Provérbios 3:5-6, NTLH)
Leonardo de Paula Duarte
