Técnico ressalta a qualidade do adversário, lamenta desfalques — “treze jogadores para escolher” — e afasta tom de tragédia sobre a Libertadores
O São Paulo foi derrotado por 3 a 1 pelo Corinthians, na Neo Química Arena, e o técnico Hernán Crespo apontou o gol de Memphis como o momento que decidiu o clássico. Para o comandante, o atacante holandês tem qualidade diferenciada e definiu a partida com o lance do 2 a 1.
O lance decisivo: Memphis e a chamada “hierarquia”
Crespo avaliou que a partida estava aberta até o segundo tempo, quando o Tricolor chegou ao empate e teve chance de controlar mais o jogo. Ele destacou o gol do adversário e o descreveu como um ato de um jogador com categoria. Nas palavras do treinador: “O primeiro tempo do jogo foi equilibrado, eles [Corinthians] controlaram um pouco mais a bola, mas era para empate. No segundo tempo, mudamos, começamos a controlar mais e chegamos ao empate. Depois chegou a hierarquia. O Memphis, um atacante da Holanda, de hierarquia, caneta, gol… e acaba o jogo”.
O termo hierarquia, muito usado por Crespo no contexto do futebol argentino, foi empregado para marcar a diferença individual que decide jogos grandes.
Lesões e limitações: a escalação reduzida
Além do mérito do rival, o treinador não deixou de lamentar os problemas do elenco. Crespo negou que as ausências sejam apenas sorte ruim e ressaltou a escassez de opções para o confronto:
“Azar não, nada é azar. Única coisa que posso falar é que tínhamos treze jogadores para escolher para esse jogo, depois escolher três ou quatro garotos de Cotia. Eu tenho só que parabenizá-los. Mas é assim, ninguém gosta de perder, ninguém gostar de perder clássicos. Agora é olhar para frente”.
Sem inventar números além dos citados por Crespo, fica claro que o técnico considerou a questão clínica central para o desempenho na Neo Química Arena.
Libertadores, responsabilizações e tom de Crespo
Questionado sobre a possibilidade de o São Paulo ficar fora da Libertadores, Crespo evitou palavras dramáticas e pediu prudência antes de buscar culpados. Ele afirmou: “Tragédia é outra coisa. Acho que você poderia encontrar outra palavra, um sinônimo menos grave. A realidade hoje, por tudo que aconteceu na temporada, é assim. Aconteceu o que aconteceu com o Oscar, aconteceu com o Lucas, a realidade é assim. Se as coisas acontecem como estão acontecendo, um culpado tem. Mas agora não é hora de encontrar culpados. Repito: quando cheguei aqui só se falava em fugir do rebaixamento”.
O tom do treinador mistura autocrítica, contextualização dos problemas físicos e foco no trabalho adiante, uma postura alinhada à gestão de crises em clubes grandes.
Reflexão cristã — fé, resiliência e perspectiva
Em tempos de resultados adversos e decisões imediatas, é saudável buscar perspectiva. Como colunista cristão, entendo que esportes ensinam sobre limites humanos e sobre a necessidade de renovação diária de fé e esperança. A Bíblia nos convida a não ceder ao desânimo: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ações de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, vai guardar o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.” (Filipenses 4:6-7 NTLH).
Esse versículo não diminui a responsabilidade técnica nem apaga a frustração da torcida. Pelo contrário: oferece um caminho ético de enfrentamento — seguir trabalhando, cuidar do grupo e da recuperação física, e não buscar bodes expiatórios.
Reflexão de Leonardo de Paula Duarte
Nos próximos jogos, o foco do São Paulo será recuperar os lesionados, ajustar ideias táticas e preservar a serenidade necessária para retomar resultados. No futebol, assim como na fé, a consistência e a liderança equilibrada tendem a fazer a diferença.

