Advogados contestam risco de fuga, citam direito à reunião religiosa e anunciam recurso após pedido de prisão domiciliar negado
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro classificou como “perplexa” a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes que determinou a prisão preventiva do ex-chefe do Executivo, detido na manhã deste sábado (22) em sua residência, em Brasília.
O que diz a defesa
Em nota, os advogados afirmam que a ordem foi baseada “em uma vigília de orações” convocada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na véspera, descrita pela família como um encontro religioso “pela saúde de Bolsonaro e pela liberdade do Brasil”.
A defesa contesta, ainda, os argumentos que apontam risco de fuga e rebate o destaque do ministro à violação da tornozeleira eletrônica às 0h08 — um ponto usado por Moraes como indício de possível tentativa de rompimento do dispositivo.
Segundo os advogados, o ex-presidente estava em casa, monitorado e “sendo vigiado pelas autoridades policiais”, o que, na avaliação da defesa, esvazia a hipótese de fuga. A nota também ressalta o estado de saúde “delicado” de Bolsonaro, argumentando que a prisão preventiva representa um risco adicional à sua integridade física.
Os defensores afirmam que vão apresentar “o recurso cabível nas próximas horas”.
O que apontou o ministro
A decisão de Alexandre de Moraes citou, entre outros fatores, a violação do monitoramento eletrônico às 0h08. O ministro também mencionou a proximidade da residência de Bolsonaro com o Setor de Embaixadas e relembrou episódios em que o ex-presidente buscou alternativas de asilo político, fatores que, segundo a decisão, reforçariam a urgência da medida.
Na manhã deste sábado, o pedido de prisão domiciliar apresentado pela defesa foi negado, conforme informado pela própria equipe de defesa.
Contexto e próximos passos
Com a negativa do pedido de prisão domiciliar, a defesa anunciou a intenção de recorrer. Até o momento, as informações públicas sobre o caso provêm da nota dos advogados e da decisão do ministro; não há elementos adicionais nas fontes que permitam ampliar os fatos sem extrapolar as afirmações já registradas.
Em casos que envolvem medidas cautelares e alegações sobre liberdade religiosa e direito de reunião, o debate jurídico tende a gravitar entre a proteção de direitos fundamentais e a avaliação de riscos processuais — fuga, interferência em investigação ou risco à ordem pública — apontados pela autoridade judicial.
Reflexão cristã
Para quem acompanha a notícia sob a ótica da fé, situações de conflito e incerteza convocam lembranças de como a comunidade deve agir: com respeito, oração e busca pela verdade. Como lembra a Escritura, “Façam todo o possível para viver em paz com todos.” (Romanos 12:18 – NTLH).
O momento pede oração sincera pelos envolvidos e confiança no trabalho das instituições, ao mesmo tempo em que se pede justiça e cuidado com a dignidade humana. Pequenas ações de paz e testemunho responsável também fazem parte do serviço cristão no espaço público.
Leonardo de Paula Duarte

