Dorival explica por que Memphis começou no banco, afasta retorno de Hugo e chama campanha do Corinthians de ‘justa’ — 45 pontos

Dorival detalha escolhas após a vitória por 3 a 1 sobre o São Paulo e projeta próximos passos

Na coletiva após o triunfo por 3 a 1 sobre o São Paulo, Dorival Júnior explicou as razões por trás das mudanças na escalação, atualizou sobre a condição do goleiro Hugo Souza e avaliou a campanha do Corinthians, que atingiu 45 pontos no Brasileirão.

Por que Memphis começou no banco

Dorival justificou a opção por poupar o atacante e destacou o cuidado com a condição física do holandês. Em suas palavras:

“Tivemos uma situação semelhante no retorno dele na Data Fifa anterior, quando ele sentiu uma contusão em razão do desgaste. Ele saiu da partida da Holanda por volta dos 60 minutos. Ele veio orientado pelo departamento médico da seleção holandesa a respeito de um incômodo que estava tendo. Foi conversado com o nosso departamento, que fez dois exames que deram segurança para ele se tranquilizar. Também foi conversado com o atleta, que não se sentia confiante — ele nem treinou ontem. Não tínhamos como tomar outra decisão. Respeitamos o que os departamentos falaram e o que o atleta sentiu.”

Memphis entrou no segundo tempo e marcou um dos gols do clássico, participação que Dorival ressaltou como importante para o resultado e para a equipe.

Situação de Hugo Souza e condicionamento do elenco

Sobre o goleiro lesionado, o treinador foi cauteloso quanto ao retorno imediato:

“Ele vem sendo monitorado e evoluindo, mas não tem como colocá-lo em campo ainda. Não foi uma lesão simples, tanto que o tirou da convocação. Estamos acompanhando, mas não acredito que ele esteja em condições para a próxima partida, talvez sim um pouco mais para frente.”

Além disso, Dorival comentou sobre jogadores que ganharam oportunidades e sobre o processo de amadurecimento do grupo. A respeito da campanha, avaliou:

“Vejo uma evolução no trabalho do Corinthians desde o ano passado. Tivemos um campeonato com muitos problemas, mas como equipe, amadurecemos bastante. Estamos tentando extrair o melhor e fazer com que a equipe se sinta confiante para momentos que vamos viver daqui a alguns dias. A equipe vem evoluindo e temos apenas um ano de formação. Para mim, é uma campanha justa do Corinthians, feita com muitas dificuldades, mas com muita dignidade por parte de todos. Temos respaldo para pensar somente dentro de campo.”

Avaliação do elenco: Bidon, Gui Negão, zaga e alternativas

Sobre jovens e reservas que se destacaram, Dorival trouxe observações diretas sobre a evolução individual e o papel na equipe. Comentou sobre Bidon:

“Comigo, ele tem feito muito mais jogos positivos do que negativos. Ele percebeu que precisa acelerar um processo. Ele tem capacidade para ser o principal articulador e ser um jogador que nos dê a estabilidade no meio de campo — e conseguiu apresentar isso na partida. Temos que ter paciência. É um processo natural. É um garoto que ainda pode crescer, e ele vem apresentando uma condição diferente. Ele dá uma oscilada como nossa equipe e como outras equipes.”

Sobre Gui Negão, que foi titular na partida:

“Ele tem que entender desta forma: ele é um jogador titular, assim como tivemos o Dieguinho na partida anterior. Dentro do que pensamos para a partida de hoje, o ideal seria ter o Gui voltando. É um jogador que está treinando, ele não se entregou. Hoje, teve novamente uma oportunidade e aproveitou muito bem. É dar possibilidade dentro das necessidades de cada partida. Hoje, era um jogo para o Gui, e tinha certeza que ele poderia se dar bem. Ele nos ajudou demais.”

Na defesa, o técnico apontou disputa e confiança nas opções:

“O Ramalho continua sendo um dos titulares, mas o Tchoca vem ocupando um espaço importante. Considero que a disputa é necessária. Não descarto nenhum jogador que aqui está.”

Sobre oscilações durante a partida e necessidade de ajustes em movimento, Dorival admitiu desafios táticos:

“Fizemos um 1º tempo diferente e jogando a maior parte do tempo no campo deles, mas na virada, tivemos um desencaixe, o que provocou uma situação ruim. Tivemos que trabalhar muito para reverter o quadro. Isso faz parte. É trocar o pneu com o carro andando. É o que tem acontecido ao longo deste período que estou aqui.”

Ele também destacou o aporte vindo do banco:

“Eles nos ajudaram bastante. O Vitinho poderia até ter iniciado a partida, mas em razão das perdas que tivemos, acabei mudando a escalação. Ele vem mostrando coisas interessantes e espero que continue desta forma. Já o André voltou dentro de uma condição normal porque demos o tempo necessário para recuperação. Ele vem ganhando espaço pela dedicação dele.”

Planejamento e a aposta na base para 2026

Dorival foi explícito ao abordar o planejamento de contratações e a realidade financeira do clube:

“A necessidade é uma coisa, a possibilidade é outra. Necessidade, temos, mas possibilidade, neste momento, não, por isso começamos a nos aproximar da base. É o ideal, em momentos de dificuldade, optar pela base? Ninguém sabe, mas alguns jogadores começaram a dar respostas e alcançar espaço dentro da equipe. Vendas devem acontecer, mas temos que estar preparados para reposição. Neste momento, não temos a condição [de contratar], mas confiamos que, no futuro, o clube possa estar dentro da normalidade no mercado.”

O diagnóstico traçado pelo técnico reflete uma combinação de cautela econômica e confiança no trabalho de formação, com o time buscando mais consistência nos próximos jogos.

Reflexão cristã — Confiança, paciência e liderança

Como colunista, vejo na postura de Dorival elementos que também ressoam em princípios cristãos: cuidado com o próximo, paciência no desenvolvimento e responsabilidade na tomada de decisões. A liderança exige equilíbrio entre cuidado humano e exigência profissional.

Uma passagem que lembra esse equilíbrio é: “Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento.” (Provérbios 3:5, NTLH). A confiança em um processo — seja na recuperação de um atleta, seja na promoção de jovens da base — pede fé, trabalho e perseverança.

Assina: Leonardo de Paula Duarte

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