Dados hora a hora mostram alta de 11,2% em relação a 2024; volume compensou queda no gasto médio
‘O ecommerce encerrou a Black Friday deste ano com um faturamento de R$ 4,76 bilhões.’
O resultado, medido pela plataforma Confi Neotrust entre a 00h e as 23h59 da sexta-feira (28), representa uma alta de 11,2% sobre 2024, quando as vendas somaram R$ 4,26 bilhões.
Volume em alta e tíquete médio em queda
O aumento do volume de compras foi decisivo para o avanço das receitas. ‘O número de pedidos finalizados foi 28% superior, com 8,69 milhões de registros contra 6,74 milhões no ano passado.’
Ao mesmo tempo, o valor médio por transação cedeu: ‘o tíquete médio recuou 12,8% –abaixou de R$ 634,40 para R$ 553,60.’ A combinação indica que consumidores fizeram mais compras, porém de menor valor médio.
Produtos que puxaram o faturamento
‘Os itens que mais renderam vendas na data promocional foram, em ordem, televisões (R$ 443,2 milhões), smartphones (R$ 388,7 milhões) e geladeiras (R$ 273,2 milhões).’
Entre os produtos que geraram maior faturamento estão ‘o ar condicionado Split da Samsung de 12 mil BTUs, o iPhone 16 de 128 GB de cor preta e a Smart TV de 70 polegadas da Samsung, do modelo Crystal Gaming Hub.’ Esses itens de maior valor concentraram parte substancial das receitas.
Contexto histórico e comportamento do consumidor
Os resultados deste ano são os maiores desde 2021, quando as plataformas de ecommerce faturaram R$ 5,1 bilhões, o pico da série histórica. O setor, que bateu recordes durante a pandemia, observa agora um padrão diferente de compra.
Segundo a plataforma, ‘Os dados foram obtidos pela plataforma Hora a Hora da Confi Neotrust, que monitora transações reais de mais de 7.000 lojas parceiras. A empresa acompanha o comportamento de mais de 80 milhões de consumidores digitais e atualiza indicadores de faturamento, unidades vendidas e preços a cada hora, com recortes regionais e por categoria em mais de 2.000 subdivisões do ecommerce.’ Essa granularidade ajuda a explicar as variações por dia e por categoria.
O head de negócios da Confi Geotrust, Léo Bicalho, afirma que ‘os consumidores demonstraram um comportamento estratégico: esperaram melhores descontos antes de comprarem itens mais caros. Com isso, o tíquete médio subiu de R$ 325 na segunda-feira (24) para os quase R$ 554 registrados na sexta.’ Em suma: compras foram antecipadas ao longo do mês, mas as grandes aquisições ficaram para a sexta oficial.
Black November e impacto nas vendas do mês
O movimento conhecido como ‘Black November’ também aparece nos números: ‘No parcial de novembro, de 1º a 27, o setor acumulou R$ 39,2 bilhões, avanço de 36,2% em relação ao ano passado. O número de pedidos aumentou 48,8%, para 124,9 milhões, mas o tíquete médio caiu 8,5%, para R$ 313.’
Levantamento do Itaú Unibanco registrou paralelo nacional: ‘houve um aumento de 28,5% nas vendas em todo o Brasil’ entre a zero hora e a meia-noite da sexta-feira, confirmando tendência de alta no volume.
Análise e curta reflexão cristã
Do ponto de vista econômico, o resultado mostra um consumidor que administra orçamento: divide compras ao longo de novembro e reserva capital para desejos maiores na Black Friday. Para varejistas, a estratégia exige equilibrar descontos, estoque e margens.
Em termos de valores, é uma oportunidade para lembrar princípios de propósito e equilíbrio no consumo. Como ensina a Escritura: ‘Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito.’ (Lucas 16:10, NTLH). E também: ‘Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.’ (Mateus 6:21, NTLH).
Refletir sobre essas palavras não significa condenar consumo, mas incentivar escolhas conscientes e generosas, especialmente em épocas de promoções intensas.
Leonardo de Paula Duarte
O que observar nas próximas semanas
Com o varejo estendendo promoções após a Black Friday, consumidores podem encontrar novas oportunidades de preço. Mas é prudente comparar ofertas, avaliar garantia e custo total — inclusive frete — antes de concluir a compra.
Para o setor, a lição em 2025 é clara: a diluição das vendas ao longo do mês altera métricas tradicionais. O desafio será manter rentabilidade sem sacrificar o relacionamento com clientes que se mostram cada vez mais estratégicos nas compras.

