Mestre da Anhanguera explica eficácia no controle da placa, limites do produto e orientações para uso seguro
Os enxaguantes bucais acompanham a rotina de higiene de muitas pessoas, mas continuam gerando dúvidas: servem para tudo ou podem causar problemas quando usados sem critério? Veridiana Freitas, mestre e coordenadora do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera, esclarece as principais dúvidas sobre segurança e indicação.
Segundo a especialista, “Os enxaguantes bucais têm sua eficácia comprovada no controle da placa bacteriana e na prevenção da gengivite. No entanto, seu papel é complementar, e não substitutivo da escovação e do fio dental”. A mensagem é clara: enxaguante ajuda, mas não elimina a necessidade de escovar os dentes e usar fio dental.
Quando usar enxaguante bucal?
O enxaguante é recomendado como reforço da higiene em situações específicas — por exemplo, para controle temporário da inflamação gengival, para reduzir o mau hálito ou quando o dentista identifica risco aumentado de doenças periodontais. A escolha do produto e a frequência dependem do quadro clínico do paciente.
Evite pensar no enxaguante como substituto da rotina básica. A escovação correta, o uso do fio dental e visitas regulares ao dentista continuam sendo os pilares para uma saúde bucal estável.
O papel da clorexidina: eficaz, mas com limites
Entre os princípios ativos, a clorexidina merece atenção. Como descreve a fonte consultada: “Entre os princípios ativos mais usados, a clorexidina é uma das mais eficazes contra a gengivite, mas deve ser utilizada apenas por períodos curtos e sob orientação profissional, ela auxilia no combate às bactérias e inflamações gengivais.”
Trata-se de um antisséptico potente, indicado em tratamentos pontuais. O uso contínuo sem supervisão pode alterar o equilíbrio da microbiota oral e provocar efeitos indesejados, como manchas nos dentes. Por isso, sempre siga a recomendação do cirurgião-dentista quanto à duração e à concentração.
Álcool na fórmula: quando evitar
Um aspecto que costuma causar desconforto é a presença de álcool em algumas fórmulas. O álcool pode irritar a mucosa bucal e causar ardência em usuários sensíveis. Por isso, Veridiana orienta: “O ideal é optar por versões sem álcool, especialmente em casos de sensibilidade ou uso frequente”.
Pacientes com mucosas mais delicadas, quem faz uso diário do enxaguante ou quem apresenta lesões orais devem priorizar fórmulas sem álcool e discutir alternativas com o dentista.
Como escolher e usar com segurança — 4 recomendações práticas
1) Consulte seu dentista: antes de incorporar um enxaguante à rotina, peça orientação profissional. Só um exame clínico pode identificar a necessidade real e o produto mais adequado.
2) Use como complemento: não abandone escovação e fio dental. O enxaguante age em áreas de difícil acesso, mas não substitui hábitos básicos.
3) Respeite a duração: tratamentos com clorexidina devem ser temporários e supervisionados para evitar efeitos colaterais.
4) Prefira sem álcool quando houver sensibilidade: versões sem álcool reduzem ardência e risco de desconforto em usos frequentes.
Essas recomendações sintetizam a orientação profissional apresentada por Veridiana Freitas, alinhando eficácia e segurança no uso dos enxaguantes.
Contexto adicional: embora o enxaguante seja um recurso útil, a evidência clínica e o consenso profissional destacam que o cuidado diário (escovação, fio dental e check-ups) é insubstituível. Em dúvida, a melhor opção é buscar orientação personalizada.
Reflexão do colunista Leonardo de Paula Duarte: cuidar do corpo e da saúde bucal é também um gesto de responsabilidade para com o dom que recebemos. Pequenos hábitos diários refletem respeito pela vida que nos foi confiada.
Como diz a Escritura: “A tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho.” (Salmo 119:105, NTLH). Que essa luz nos lembre da importância de atos simples e constantes para o bem-estar.
Em resumo: o enxaguante bucal pode ser um aliado valioso quando indicado e usado corretamente. Procure sempre o cirurgião-dentista para personalizar a escolha e a frequência — assim você preserva a saúde da boca sem riscos desnecessários.
Leonardo de Paula Duarte

