Senador relata pedido de anistia, estado de saúde e mobilização política
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, após visita ao pai na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, que Jair Bolsonaro (PL) lhe fez um pedido direto sobre a tramitação do projeto de anistia no Congresso.
Segundo o parlamentar, “Foi um pedido direto dele (Bolsonaro) para Hugo Motta e Davi Alcolumbre“. Flávio disse ainda que Jair Bolsonaro teve uma crise de soluço na noite anterior e precisou de ajuda de agentes durante a prisão preventiva decretada no sábado (22) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O relato sobre saúde e alimentação
No relato às jornalistas ao deixar a visita, Flávio afirmou que o ex-presidente está “indignado e inconformado” com o que chama de perseguição. Sobre a crise de soluço, ele afirmou que Bolsonaro recebeu auxílio de agentes.
O senador também manifestou preocupação com notícia, ainda a ser confirmada por ele, de que alguém teria proibido a família de levar comida ao ex-presidente. Em suas palavras: “Ele precisa de ter uma alimentação especial por causa do fluxo intestinal e das sequelas da cirurgia dele. Me soou muito estranho que alguém tivesse dado essa determinação para ir contra a medicação que é prescrita para evitar intercorrências, ele precisa ter uma disciplina com essa alimentação“.
Flávio acrescentou que Bolsonaro sempre demonstrou preocupação sobre a origem dos alimentos: “Ele sempre falou isso em público, sobre a preocupação de que pudessem fazer alguma coisa com ele aqui. Ele não está desconfiando de policiais federais, nada disso, mas não sabe da origem da comida até chegar na na mesa dele. Qual é o trajeto que faz, nas mãos de quem que passa”.
Ao comentar a possibilidade de proibição efetiva, o senador pediu à imprensa que confirme a informação e disse que, caso seja confirmada, “Se isso for verdade, foi um ato lamentável, mais um ato desumano de uma completa irresponsabilidade com relação à saúde dele“.
Pedido de anistia e movimentação no Congresso
Flávio afirmou que o pedido de Bolsonaro envolveu cobrança direta aos presidentes das duas Casas: Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado. O PL, partido de Bolsonaro, deve promover nova ofensiva no Congresso para destravar a tramitação do projeto de lei da anistia, que poderia beneficiar o ex-presidente.
O caso ocorre em meio ao desenrolar do processo penal: a prisão preventiva foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, por risco de fuga. A imprensa divulgou, conforme relatos, que há vídeo em que o ex-presidente teria tentado abrir a tornozeleira com um ferro de solda.
Além disso, a Primeira Turma do STF referendou, de forma unânime, a determinação de Moraes pela prisão preventiva, encerrando prazos para recursos de condenados ligados ao chamado núcleo central da trama golpista.
O contexto político e jurídico
As declarações públicas da família e a narrativa sobre a saúde do preso têm impacto político imediato: alimentam a mobilização do partido e ampliam a atenção sobre as condições de detenção e o debate sobre anistia. Do ponto de vista jurídico, a decisão do STF e demais procedimentos processuais seguem separadamente das iniciativas legislativas.
O episódio traz à tona questões sobre direitos de saúde de pessoas presas, prescrições médicas e responsabilidades da autoridade prisional, além de acalorar a disputa política em torno da anistia.
Reflexão cristã
Em momentos de tensão e incerteza, é próprio da fé cristã lembrar-se da dignidade humana e do valor da justiça compassiva. Como está escrito: “O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado; salva os de espírito abatido” (Salmo 34, NTLH).
Independentemente de preferências partidárias, é necessário que o debate público preserve o respeito à saúde e à integridade de qualquer pessoa. A política chama para a responsabilidade pública; a fé nos lembra de tratar os outros com humanidade.
— Leonardo de Paula Duarte
Fontes: declarações de Flávio Bolsonaro e reportagem da agência FolhaPress sobre visita e relatos na Superintendência da Polícia Federal.

