Ginastas processam USA Gymnastics e SafeSport por ‘encobrimento’ de abusos; treinador Sean Gardner está preso

Acusações dizem que federação e centro de proteção falharam em impedir novos casos

Duas ginastas norte-americanas abriram processos contra a USA Gymnastics e o US Center for SafeSport, alegando que as entidades não tomaram medidas para impedir abusos sexuais cometidos pelo treinador Sean Gardner. A informação é da Associated Press.

O que as ações afirmam

As atletas dizem que “as duas entidades receberam denúncias no fim de 2017 sobre o técnico e não impediram que ele seguisse trabalhando“. Segundo as queixas, Gardner atuava no Mississipi e, mesmo após denúncias, mudou-se para o Iowa, onde continuou a trabalhar e a treinar as ginastas que, afirmam, foram abusadas.

Os processos relatam que as organizações foram informadas sobre “comportamentos inadequados e abusivos” do treinador, incluindo “beijos e abraços em garotas“.

Situação jurídica do treinador

Sean Gardner está preso desde agosto de 2025 por produzir pornografia infantil. Ele aguarda o julgamento, que será em janeiro de 2026. As ações civis das ginastas correm paralelas ao processo criminal que envolve acusações graves contra o técnico.

Repercussões e contexto institucional

As queixas contra USA Gymnastics e o US Center for SafeSport reforçam críticas já antigas sobre a capacidade de organismos esportivos e de proteção de atletas para detectar, investigar e interromper condutas predatórias dentro de equipes e academias de alto rendimento.

Embora as ações citadas tragam relatos concretos de vítimas e datas específicas, elas também colocam em evidência a necessidade de protocolos mais rápidos e transparentes para que denúncias não se tornem portas abertas para novos episódios de abuso quando um agressor muda de local de trabalho ou de estado.

Análise — implicações para segurança de atletas

Do ponto de vista prático, as alegações podem levar a auditorias internas nas organizações envolvidas e a mudanças nos mecanismos de reporte e acompanhamento. Em termos legais, além de reparação às vítimas, há risco de responsabilização das entidades caso se comprove omissão deliberada ou negligência sistemática.

Para treinadores, dirigentes e responsáveis por clubes, o caso serve como alerta: a proteção de menores exige procedimentos claros, resposta imediata a denúncias e monitoramento contínuo para evitar que pessoas com histórico suspeito continuem em posição de autoridade.

Reflexão cristã por Leonardo de Paula Duarte

Como cristão e jornalista, vejo neste caso uma convocação à justiça e ao cuidado com os mais vulneráveis. A fé nos chama a proteger os pequenos e a não tolerar silêncio cúmplice diante do mal. “Defendam os fracos e os órfãos“, diz a Escritura, lembrando que a defesa dos indefesos é obrigação moral de quem professa fé — Salmo 82:3 (NTLH).

Precisamos de respostas firmes que unam a busca pela verdade, o apoio às vítimas e reformas institucionais que previnam novos danos. O perdão é central ao cristianismo, mas exige arrependimento e mudança; a justiça, por sua vez, não pode ser adiada em nome de proteção institucional.

Leonardo de Paula Duarte

Fonte: Associated Press (reproduzida em reportagem da UOL/FOLHAPRESS).

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