Prazo curto e busca por acordos: o plano oficial
O governo federal anunciou a criação de um novo grupo de trabalho para discutir a regulamentação do trabalho por aplicativo, com objetivo declarado de aprovar e sancionar o projeto antes do período eleitoral, até abril de 2026.
O anúncio foi feito no Planalto pelo ministro da Secretaria‑Geral, Guilherme Boulos, que afirmou a intenção de concluir o trabalho de articulação em prazos apertados.
O que foi dito por Boulos
Em suas declarações, Boulos estabeleceu metas de curto prazo para as reuniões do grupo: “Nós vamos fazer as reuniões com um prazo de brevidade para tentar encerrar esse grupo com alguns consensos consolidados já entre fim de janeiro e início de fevereiro”.
Sobre a tramitação legislativa e a expectativa de incorporar resultados do GT ao projeto, ele declarou: “A nossa perspectiva com a participação, inclusive dos parlamentares que estão conduzindo isso no próprio grupo de trabalho, é que o resultado do grupo seja incorporado como emendas ao projeto ao longo da tramitação, tanto na Câmara quanto Senado, e que a gente possa ter um esforço concentrado para aprovar nas duas casas e garantir a sanção pelo presidente Lula entre março e abril, antes, claro, de entrar no período eleitoral.”
Contexto institucional e atores envolvidos
Segundo a Secretaria‑Geral, a portaria que cria o novo GT foi assinada em conjunto com o Ministério do Trabalho. Trata‑se do segundo grupo de trabalho criado para tratar do tema desde que a pauta passou a ter prioridade no governo — a regulamentação do trabalho por aplicativo foi uma das promessas de campanha de Lula em 2022.
A proposta, no entanto, já enfrenta barreiras no Congresso. Atualmente, a matéria está travada na Câmara, sob a relatoria do deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos‑PE).
Ao apresentar o cronograma, Boulos acrescentou ainda que o grupo atuará de modo a dialogar com o relator: “Nós vamos chamar já uma primeira reunião do grupo de trabalho ainda este ano. O relatório deve ser apresentado na semana que vem”.
Pontos de atenção e repercussões
O governo afirma que pontos importantes levantados pelos trabalhadores já foram discutidos com o relator e devem ser incorporados ao texto final. Representantes da categoria tiveram espaço para falar no anúncio do Planalto e lembraram a promessa de campanha, cobrando avanço.
Embora o cronograma divulgado aponte um esforço concentrado para aprovar a regulamentação antes do calendário eleitoral, há incertezas políticas e legislativas que podem influenciar a velocidade e o conteúdo final do projeto. O processo deve envolver negociações entre Executivo, Legislativo e representantes dos trabalhadores por aplicativo.
Reflexão cristã e olhar ético
Como colunista e cristão, vejo neste momento uma oportunidade para que o diálogo público seja marcado pela busca do bem comum e pela justiça no trabalho. A legislação que regula novas formas de trabalho pode proteger pessoas vulneráveis e promover dignidade.
Uma orientação breve da Escritura que nos inspira neste tipo de debate é prática e direta: “Façam tudo com amor.” (1 Coríntios 16:14, NTLH).
Que a disputa política dê lugar, na medida do possível, a conversas responsáveis e construtivas, com atenção às vozes dos trabalhadores e ao interesse público. — Leonardo de Paula Duarte
Resumo factual: o governo pretende usar o novo GT para consolidar consensos rapidamente e incorporar emendas ao projeto em tramitação, com meta de aprovação e sanção entre março e abril de 2026, antes do período eleitoral. O tema seguirá em negociação com o relator na Câmara, Augusto Coutinho, e com participação do Ministério do Trabalho e representantes dos trabalhadores por aplicativo.

