Jordan Bardella é atingido por farinha e ovo em sessão de autógrafos; idoso de 74 anos é preso em Moissac

Líder do Reagrupamento Nacional foi escoltado, voltou ao evento e registrou queixa

Jordan Bardella, presidente do partido de extrema-direita francês Reagrupamento Nacional (RN), foi alvo de um ataque durante uma sessão de autógrafos em Moissac, no sábado, 29 de novembro.

O que aconteceu em Moissac

Segundo relato divulgado pelo Le Parisien e pelo próprio partido, um homem de 74 anos que aguardava na fila para autografar uma cópia do livro Ce que veulent les Français (“O que os Franceses Querem”) saiu do lugar onde estava e lançou farinha e um ovo em Bardella, atingindo o político.

O partido descreveu o incidente como um “murro, mas com um ovo“. Bardella foi escoltado para fora do local e retornou cerca de vinte minutos depois, já limpo.

Reações e desdobramentos

Nas redes sociais, Bardella agradeceu pelo apoio e pelo público presente, publicando em francês: “Je vais bien, merci à tous pour vos messages de soutien ! Et merci aux centaines de lecteurs pour leur accueil chaleureux dans le Tarn-et-Garonne. Plus nous progressons, plus nous nous rapprochons du pouvoir, et plus la violence de l’extrême gauche, de l’intolérance et de la…”

Em português, o tom da mensagem também foi reproduzido pelo próprio partido: “Estou bem, obrigado a todos pelas mensagens de apoio! E obrigado às centenas de leitores pelo acolhimento caloroso no Tarn-et-Garonne. Quanto mais avançamos, mais nos aproximamos do poder, e mais a violência da extrema esquerda, a intolerância e a pura estupidez são desencadeadas.”

Tanto Bardella quanto o RN apresentaram queixa às autoridades. O suspeito foi detido e está preso por agressão a um representante público, segundo fontes citadas pelo jornal.

Contexto: não foi o primeiro episódio recente

O episódio em Moissac segue outro ataque semelhante contra Bardella na terça-feira, 25 de novembro, quando um rapaz de 17 anos lançou farinha contra o eurodeputado durante uma visita a uma feira agrícola em Vesoul. Na ocasião, o jovem foi detido, permaneceu sob custódia policial e acabou sendo libertado posteriormente.

É relevante notar que, conforme reportagem do veículo original, políticos de extrema-direita costumam ser alvo de críticas por promoverem discursos que, segundo críticos, alimentam ódio e exclusão contra minorias. Esse contexto ajuda a explicar a sensibilidade e a repercussão desses incidentes na opinião pública francesa.

O que está em jogo

Do ponto de vista jurídico, ataques como o de Moissac costumam ser tratados como agressões a representante público, com investigação policial e possibilidade de processo. Do ponto de vista político e social, episódios de confrontos físicos com autoridades alimentam debates sobre violência política, liberdade de expressão e limites da manifestação pública.

Nos espaços de proximidade — como sessões de autógrafos — a linha entre protesto e crime pode ficar curta. Autoridades locais e organizadores de eventos políticos frequentemente reavaliam protocolos de segurança após episódios desse tipo.

Reflexão cristã

Como colunista, creio que a fé convida a uma postura que busca a verdade sem violência. Em tempos de polarização, vale lembrar palavras que orientam para a paz: “Felizes os que promovem a paz, pois serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5:9 NTLH). Outra orientação útil é prática e ética: “Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” (Rm 12:21 NTLH).

Essas passagens não minimizam nem justificam crimes — agressões devem ser apuradas e, quando cabível, punidas. Mas também nos desafiam a procurar vias de debate que preservem a dignidade humana e a segurança de todos.

Que a busca por justiça não seja instrumento de revanche, e que a defesa da ordem pública caminhe junto com o cuidado para que a sociedade não se acostume com a violência como norma.

Por Leonardo de Paula Duarte

Rolar para cima