Mercado reduz previsão da inflação para 4,43% em 2025 após IPCA de 0,09% em outubro; Selic segue em 15%

Boletim Focus registra terceira queda seguida e liga sinal de atenção para 2025

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 4,45% para 4,43% este ano. Outubro registrou 0,09%, menor taxa para o mês desde 1998. A Selic segue em 15% ao ano, podendo cair gradualmente até 2028.

O que mudou nas projeções

Segundo o boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, a expectativa dos analistas recuou pela terceira semana seguida. Para 2026, a projeção da inflação variou de 4,18% para 4,17%. Para 2027 e 2028, as previsões ficaram em 3,8% e 3,5%, respectivamente.

O recuo da inflação mensal em outubro — 0,09%, o menor para o mês desde 1998 — ajudou a puxar as estimativas para baixo. O relatório observa que a redução na conta de luz foi um dos fatores que pressionaram para baixo o IPCA, com impacto direto nos números recentes.

Meta de inflação e limites

O Conselho Monetário Nacional define a meta de inflação. Conforme o boletim: A meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Com o resultado de outubro, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 4,68%, a primeira vez em oito meses abaixo de 5%, mas ainda acima do teto de 4,5% determinado pelo CMN. Esse é o principal desafio do Banco Central ao definir a trajetória de juros.

Juros: Selic permanece alta, mas perspectiva gradativa de queda

O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15% ao ano. No boletim, a firmeza da taxa reflete a necessidade de manter pressão sobre a inflação ainda elevada. O texto também registra que o colegiado não descarta a possibilidade de voltar a elevar os juros ‘caso julgue apropriado’.

Analistas do mercado estimam que a Selic encerre 2025 em 15% ao ano. Para 2026, a expectativa é de queda para 12% ao ano; em 2027, para 10,5%; e em 2028, para 9,5%. Em linhas gerais, a visão projetada é de manutenção da rigidez monetária por mais tempo, seguida de redução gradual à medida que a inflação se alinhe à meta.

Implicações práticas para famílias e empresas

Taxas de juros mais altas encarecem o crédito e estimulam a poupança, o que pode frear consumo e investimento. Por outro lado, uma inflação em queda abre espaço para aliviar gradualmente o custo do dinheiro no futuro.

Consumidores devem seguir atentos ao custo do crédito e ao planejamento financeiro. Empresas, especialmente as que dependem de financiamento, precisam considerar cenários de demanda mais fraca e custo de capital elevado.

Como lembra o boletim, o ambiente externo também segue incerto, com reflexos das políticas e da conjuntura nos Estados Unidos nas condições financeiras globais — um fator de risco que pode alterar as projeções locais.

Reflexão cristã e orientação sobre tempo de incerteza

Em momentos de volatilidade econômica, a fé pode oferecer calma e perspectiva prática. Como está escrito: “Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento” (Provérbios 3:5, NTLH). Essa confiança não anula a necessidade de prudência: planejamento, poupança e decisões informadas continuam essenciais.

Em termos práticos, pequenas atitudes de boa administração — controle de gastos, quitação de dívidas de alto custo e reserva para imprevistos — são gestos de mordomia responsável. Que a esperança e a prudência andem juntas neste período de ajuste.

Leonardo de Paula Duarte

Resumo rápido: mercado reduz previsão do IPCA para 4,43% em 2025; IPCA de outubro foi 0,09%; Selic segue em 15% ao ano com expectativa de queda gradual entre 2026 e 2028.

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