Mulher celebra amizade com casamento simbólico para 70 amigas após morte do namorado — festa de 3 dias em Cartagena

Kaky Daniel trocou votos de lealdade, apoio e amizade em homenagem às mulheres que a sustentaram após o luto

Uma celebração incomum misturou luto, gratidão e afirmação de vínculos. Aos 40 anos, a colombiana Kaky Daniel realizou um casamento simbólico com 70 amigas que, segundo ela, foram fundamentais após a morte do namorado em 2022.

O que aconteceu

Giovanni Paolo Ronghi faleceu de forma inesperada no México, um dia antes do aniversário de Kaky, em 16 de novembro de 2022. Em 2024, para marcar a passagem dos 40 anos e homenagear quem esteve ao seu lado, Kaky organizou uma festa de três dias em Cartagena, na Colômbia — o mesmo local onde seus pais se casaram há 60 anos.

A comemoração envolveu rituais simbólicos: a aniversariante usou um vestido bordado com miçangas e um véu personalizado com os nomes das amigas; as convidadas vestiram modelos brancos e receberam pulseiras de noivado. Em vez de um cortejo tradicional, Kaky se posicionou diante das convidadas e fez um discurso libertador sobre pressão social e laços afetivos.

Palavras da protagonista (citações)

Ao explicar o gesto, Kaky declarou: “Por que eu não faria votos às mulheres que estavam comigo na funerária e que me ajudaram a chorar a morte do homem com quem eu achava que me casaria? Esse casamento foi a minha forma de homenagear as pessoas que me ajudaram a voltar a viver”.

Ela também afirmou: “Sem minha irmandade, eu não seria a mulher que sou hoje. Queria eternizar esse amor em uma experiência inesquecível. Eu ainda sou romântica, porque o amor nunca me decepcionou — as pessoas, sim. O amor romântico é só uma forma de amar, não a única. Por isso, continuo acreditando, porque nasci para amar”.

Sobre os compromissos trocados entre as amigas, Kaky relatou: “Prometemos lealdade, proteção, incentivo, apoio emocional, celebrar as vitórias umas das outras, honestidade, presença, lembrar nosso valor, orar juntas, curar juntas e manter uma amizade para a vida toda”.

Logística e simbolismo

A celebração durou três dias e, de acordo com a reportagem fonte, custou cerca de US$ 250 mil (aproximadamente R$ 1,32 milhão). Além do valor financeiro, o destaque foi a intenção declarada: homenagear a família escolhida — aquelas amigas que deram apoio prático e emocional durante o período de luto.

Para Kaky, a cerimônia foi também uma resposta à ideia de que o maior rito de passagem feminino estaria necessariamente ligado a um casamento heteronormativo. A mensagem central foi outra: reconhecer publicamente quem ajudou a atravessar momentos difíceis e celebrar formas diversas de amor e comunidade.

Contexto e repercussão

O evento ganhou atenção por desafiar expectativas sociais sobre relacionamentos e celebrações. Em um tempo em que redes de apoio não tradicionais — amigos próximos, grupos de afinidade, comunidades locais — têm papel visível no bem-estar emocional, a cerimônia de Kaky chama atenção para o valor concreto desses vínculos.

Reportagens que cobriram o caso ressaltam a narrativa de cura e reconstrução. A festa em Cartagena simbolizou, para a anfitriã, um marco de recomeço acompanhado por uma rede de suporte.

Reflexão cristã assinada por Leonardo de Paula Duarte

Como colunista cristão, enxergo nessa história uma poderosa lembrança de que o amor se manifesta de muitas maneiras. A Bíblia valoriza o apoio mútuo entre pessoas: “Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram” (Romanos 12:15, NTLH). Celebrar a amizade e o cuidado é alinhar-se a esse princípio de compaixão e solidariedade.

Também recordo que Jesus exalta o custo e a grandeza do amor sacrificial: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (João 15:13, NTLH). Não se trata de relativizar o luto ou o lugar do amor romântico, mas de reconhecer que redes de afeto e fidelidade podem sustentar e restaurar.

Que a atitude pública de gratidão de Kaky nos provoque a valorizar e investir nas relações reais ao nosso redor — amigos que ora confortam, ora celebram, e que muitas vezes se tornam família escolhida. — Leonardo de Paula Duarte

Nota editorial: esta matéria foi elaborada com base nas informações contidas na reportagem original, preservando citações textuais fornecidas pela fonte e evitando extrapolações sobre fatos não relatados.

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