Acordo reúne estúdios, biblioteca clássica e plataformas de streaming — fechamento em 12–18 meses
A Netflix anunciou nesta sexta-feira (5) que chegou a um acordo para adquirir a Warner Bros., lendário estúdio de cinema e televisão. A compra inclui os estúdios de cinema e televisão da empresa, além dos ativos da HBO e do serviço de streaming HBO Max.
A transação é avaliada em US$ 82,7 bilhões (equivalente a R$ 439 bilhões na cotação atual). Os acionistas receberão US$ 23,25 em dinheiro mais US$ 4,50 em ações da Netflix, totalizando a oferta de US$ 27,75 por ação (cerca de R$ 147).
Termos do acordo e cronograma
O negócio será concluído após a separação da divisão de redes globais da WBD (Warner Bros. Discovery), prevista para o terceiro trimestre de 2026. Os conselhos das duas empresas aprovaram a operação, que ainda depende de aval regulatório e da aprovação dos acionistas da WBD. O fechamento está previsto para ocorrer em 12 a 18 meses.
Sobre a visão estratégica, a Netflix afirmou que a aquisição criará uma “oferta extraordinária” para consumidores, mais oportunidades para a comunidade criativa e maior valor para os acionistas.
Nas palavras do co-CEO da Netflix, Ted Sarandos: “Nossa missão sempre foi de entreter o mundo”. Ele acrescentou: “Juntos, podemos oferecer ao público mais daquilo que eles amam e ajudar a definir o próximo século da arte de contar histórias”.
O que muda no catálogo: o chamado “megazord do streaming”
Com a compra, a Netflix passa a controlar um dos catálogos mais robustos de Hollywood. A operação combina franquias e obras clássicas da Warner Bros. com os sucessos originais da Netflix.
Entre os títulos citados na cobertura original estão Harry Potter, Game of Thrones, Friends, Citizen Kane e O Mágico de Oz, somados a fenômenos do streaming como Stranger Things, La Casa de Papel e Bridgerton. O mercado descreveu a união como a formação de um verdadeiro “megazord do streaming”: um conglomerado que reúne estúdio, biblioteca clássica e plataforma integrada de distribuição.
O CEO da WBD, David Zaslav, comemorou a união: “Por mais de um século, a Warner Bros. tem encantado o público, conquistado a atenção do mundo e moldado nossa cultura. Ao nos unirmos à Netflix, garantiremos que pessoas de todo o mundo continuem a desfrutar das histórias mais marcantes do planeta por muitas gerações”.
Impacto financeiro e sinergias
A Netflix prevê economias anuais entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões até o terceiro ano e avalia que o impacto será positivo no lucro por ação já no segundo ano após a conclusão do negócio. Esses números apontam para um processo de integração com foco em redução de custos e otimização de conteúdo e operações.
Analistas destacam que, além das sinergias, a combinação pode alterar negociações de direitos, janela de exibição e estratégias territoriais — pontos que provavelmente serão observados de perto pelos reguladores.
Riscos, aprovação regulatória e próximas etapas
Embora aprovada pelos conselhos, a operação ainda enfrenta etapas decisivas: a separação da divisão Discovery Global, o aval de órgãos regulatórios nos países relevantes e a votação dos acionistas da WBD. Até que essas fases se completem, os termos podem sofrer ajustes.
O cronograma divulgado coloca a separação da divisão global para o terceiro trimestre de 2026 e o fechamento efetivo entre 12 e 18 meses — prazo que inclui processos legais, negociações e análises antitruste.
Reflexão editorial
Em momentos de grandes fusões como esta, é legítimo celebrar o potencial criativo — novos investimentos, alcance global e mais recursos para contar histórias. Ao mesmo tempo, devemos lembrar da responsabilidade cultural que acompanha o poder de moldar narrativas.
Como colunista cristão, vejo aqui um convite à prudência e ao propósito. A criatividade humana é um dom, e a mídia tem influência real sobre valores e imaginação. Encorajo líderes e consumidores a lembrar que a excelência técnica deve andar acompanhada de ética e cuidado com o público.
Um princípio bíblico que dialoga com essa responsabilidade é simples e prático: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para as pessoas” (Colossenses 3:23, NTLH). Se aplicada com humildade, essa postura ajuda a equilibrar lucro, impacto cultural e respeito ao público.
— Leonardo de Paula Duarte
Com informações do Estadão Conteúdo.

