Muita gente já sentiu — e estranhou — a necessidade súbita de espirrar ao sair de um ambiente escuro e encarar a luz do sol ou uma lâmpada muito forte. O fenômeno é comum e, embora não seja motivo de alarme na maioria dos casos, desperta curiosidade sobre por que o corpo reage assim.
O que é esse reflexo?
Trata‑se de um reflexo involuntário: a exposição repentina à luz brilhante desencadeia uma sensação de cócegas no nariz que costuma terminar em espirro. Em estudos e relatos médicos, essa reação aparece como um comportamento consistente em parte da população e recebe nomes como reflexo fotossinérgico ou, informalmente, ACHOO.
Como os pesquisadores explicam o fenômeno?
Não há uma única explicação 100% confirmada, mas a hipótese mais aceita entre especialistas é que ocorre uma espécie de “curto‑circuito” entre os nervos que conduzem estímulos visuais e os nervos responsáveis pelo reflexo do espirro.
Em termos gerais, a entrada intensa de luz ativa o nervo óptico. Parte dessa atividade pode se espalhar a vizinhos no tronco cerebral — em especial o nervo trigêmeo, que também participa da sensação no nariz e do reflexo do espirro — e assim provocar a reação. Estudos apontam ainda para uma componente genética: muitas pessoas relatam familiares com a mesma sensibilidade.
O que você pode fazer ao sentir vontade de espirrar?
Algumas medidas simples ajudam a reduzir o desconforto ou a evitar espirros indesejados:
– Use óculos escuros ao sair para ambientes muito claros; óculos com boa proteção reduzem o estímulo luminoso.
– Evite olhar diretamente para a luz intensa. Olhar de lado ou piscar com frequência costuma diminuir a resposta.
– Cubra o rosto por um momento ou proteja o nariz com a mão se um espirro for inconveniente; lembre‑se de higienizar as mãos depois.
– Se o espirro vier acompanhado de outros sintomas (dor ocular, perda visual transitória, tontura), procure avaliação médica.
Quando procurar um médico?
Na maioria das vezes o reflexo é inofensivo. Procure orientação profissional se os espirros forem muito frequentes, se houver sangramento nasal, sintomas oculares associados ou impacto significativo na qualidade de vida. Um otorrinolaringologista ou oftalmologista pode avaliar e descartar outras causas.
Como em qualquer questão de saúde, observar padrões (quando começa, frequência, presença em familiares) ajuda o especialista a entender melhor o quadro.
Reflexão de Leonardo de Paula Duarte:
É curioso como pequenas respostas do corpo nos lembram da complexidade da criação. Em momentos de admiração pela própria vida, lembro o versículo que convida à gratidão: “Eu te dou graças porque me fizeste de modo especial e admirável. Suas obras são maravilhosas! Digo isso com convicção.” (Salmo 139:14, NTLH). Esse reconhecimento não apaga dúvidas científicas, mas acrescenta um sentido de propósito e esperança ao cuidado com nossa saúde.
Se você se identifica com esse reflexo, saiba que não está sozinho — e que medidas simples costumam bastar. Para questões persistentes, busque avaliação profissional.

