Renda formal em SC é 30,6% maior que na informalidade, aponta IBGE; Florianópolis tem média de R$ 6.137

Formais recebem, em média, R$ 3.823; taxa de formalização de Santa Catarina foi a maior do país em 2024 (77,1%)

Santa Catarina mantém distância clara entre rendimentos formais e informais, segundo dados oficiais. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o trabalho com carteira continua a pagar mais: “Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2024 o rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas em trabalhos formais era de R$ 3.823, isto é, 30,6% superior ao dos informais, com um valor médio de R$ 2.927.”

Desigualdade por gênero e raça

A diferença não é só entre formal e informal: há variação importante por gênero. “Homens continuam recebendo mais do que mulheres em ambos os segmentos: entre os trabalhos formais, os rendimentos médios foram de R$ 4.231 para homens e R$ 3.300 para mulheres.”

No setor informal, a desigualdade persiste: “No trabalho informal, a desigualdade também aparece, enquanto a média salarial masculina fica em R$ 3.344, as mulheres receberam R$ 2.371.” Esses números mostram que a formalização ajuda a elevar salários, mas não elimina disparidades de gênero.

Há também um recorte racial que merece atenção: “No recorte racial, Santa Catarina apresenta uma das maiores distâncias, entre os trabalhos informais, pessoas brancas ganharam, em média, 38,7% a mais que pessoas pretas ou pardas (R$ 3.162 frente a R$ 2.279).”

Diferenças por cidade: Florianópolis em destaque

As desigualdades também variam por município. Na capital, a distância é maior: “Em Florianópolis, a disparidade é ainda maior. Trabalhadores formais da capital catarinense receberam, em média, R$ 6.137, enquanto os informais ganharam R$ 4.674, uma diferença de 31,3%.”

O contraste entre cidades mostra que fatores locais — economia de serviços, presença do setor público e mercado imobiliário — influenciam fortemente as médias salariais.

Taxas de formalização, emprego e informalidade

Santa Catarina lidera em formalização: “A taxa de formalização (77,1%) da população ocupada em Santa Catarina foi amaior entre todos os estados brasileiros, em 2024.” O estado também apresentou a menor taxa de informalidade do país: “Santa Catarina também apresentou, em 2024, a menor taxa de informalidade do país: 22,9%, bem abaixo da média nacional de 40,6%.”

Outros indicadores reforçam o quadro positivo no mercado de trabalho estadual: “Entre 2012 e 2024, Santa Catarina registrou um crescimento expressivo no mercado de trabalho, com a população ocupada passando de 3,4 milhões para 4,4 milhões de pessoas.” Em 2024, o estado alcançou “o segundo maior nível de ocupação do país, com 67%, atrás apenas do Mato Grosso (68,3%) e acima da média nacional de 58,6%.”

Taxa de desocupação e a participação da população jovem também se destacam: “A taxa de desocupação catarinense também se mantém entre as mais baixas do Brasil. Em 2024, ficou em 3%, a segunda menor do país, atrás novamente do Mato Grosso (2,7%).” E: “Santa Catarina também segue na liderança em outro indicador: o menor percentual de jovens de 15 a 29 anos que não estudam e não trabalham. Esse grupo representava 10,5% em 2024, equivalente a 188 mil jovens.”

O que significam os números para trabalhadores e políticas públicas

Os dados do IBGE indicam que a formalização amplia renda média e protege direitos trabalhistas, mas não resolve desigualdades por gênero e raça. Políticas públicas que incentivem qualificação, combate à discriminação e apoio à transição do trabalho informal para o formal podem reduzir essas lacunas.

Para empregadores, a leitura é clara: a formalização tende a atrair mão de obra mais estável e melhora indicadores sociais. Para trabalhadores, o desafio é buscar oportunidades de qualificação e acesso a vagas formais, enquanto o poder público precisa alinhar oferta de emprego com políticas de inclusão.

Reflexão cristã

Além da análise técnica, há espaço para reflexão ética e espiritual. A estabilidade e a justiça no trabalho dizem respeito à dignidade da pessoa. Como lembra a Escritura, uma perspectiva de prioridades pode orientar escolhas: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas.” (Mateus 6:33, NTLH).

Pequenas ações — apoio ao profissional que busca qualificação, práticas empresariais mais justas, políticas públicas comprometidas com igualdade — traduzem valores cristãos de cuidado com o próximo sem impor crença. No jornalismo, reportar dados com clareza é um serviço público que contribui para decisões mais informadas e justas.

Leonardo de Paula Duarte

Fontes: IBGE — indicadores do mercado de trabalho de Santa Catarina, 2024 (trechos citados).

Rolar para cima